Os selvagens continuaram a ser os filhos das árvores, donde tiravam todas as compensações para as suas necessidades. O fogo, a canoa, as armas, os utensílios, o trocano, a tinta, o óleo, as resinas, os frutos e as amêndoas, eram presentes de árvores, seculares ou não, de qualquer forma espontaneamente nascidas.
Um dos últimos redutos da indiada foi a Amazônia: Em certas tribos, denotando o impulso nômade e a economia de caça e pesca, as habitações ainda eram arbóreas. A árvore era o esteio natural em redor do qual se levantava o mutá.
Pacajás, parijós, camarapins, resistiram aos franceses e o rio Tocantins foi defendido da foz às cabeceiras. Tupinambás chefiados por Guamiaba (Cabelo de Velha), atacaram valentemente a fundação Castelo Branco (hoje Belém). Ajuricaba, no rio Negro, é, durante vários anos, o chefe de todas as nações unidas contra o estrangeiro. Os mundurucus fecham o Tapajós. Os jurunas batem os paulistas. Em seguida derrotam o capitão-mor de Gurupá que saíra para o Xingu à frente de cem mosqueteiros e três mil índios. Os urubus, no rio do mesmo nome, refluem para o sertão e até hoje deixam seus sinais de guerra nas estradas telegráficas. Os neengaíbas da Ilha de Marajó, antes chamada Reino de Marinantabalo, derrotam várias vezes os portugueses.
Toda essa resistência era garantindo a floresta e o campo contra a invasão, porque na floresta estava o símbolo potencial de sua economia.
Um dia La Condamine descobre que os índios do Solimões (Cambebas) faziam borracha. Revela ao mundo a utilidade da seringueira. Através dessa revelação estabelece-se um novo sistema de relações