outro na casa-grande, com a senzala e olaria, o jacarandá e o azulejo, os panos da Índia e as baixelas, a varanda e a igreja. Um suando na sua engenhoca precária, de uso doméstico, e plantando para comer. Outro, senhor de engenhos, exportador e comerciante.
Da camada do pequeno patriarcado rural dessoldavam-se com o correr dos tempos as subcamadas do assalariado branco na substituição do escravo amarelo e do escravo negro.
O assalariado branco passava, depois do ciclo escravocrata do negro, a reencontrar-se em estado de vida selvagem, quanto às suas novas condições econômicas. Porque no tempo das lutas religiosas entre franciscanos, jesuítas e colonos, criou-se uma categoria de "índios livres", que, por serem "livres", seriam novamente aldeiados ou divididos pelas antigas aldeias "de onde, repartidos com os demais índios delas pelos moradores," os serviriam "em seis meses do ano alternadamente de dois em dois, ficando os outros seis meses para tratarem de suas lavouras e famílias". O salário seria de duas varas de pano por mês, o que, contudo, era pelos colonos considerado uma extorsão.
Com o assalariado branco pouca diferença havia e, havendo, era para pior, ele era "repartido" entre os latifundistas. Não trabalhava seis meses por ano mas a vida toda, continuadamente. Não eram aldeiados estes assalariados, mas "arranchados" nas fazendas e engenhos, o que era o mesmo. Não ganhavam duas varas de pano, mas na proporção do seu nível de vida os seus salários tinham o mesmo valor.
E assim como o índio era uma necessidade vital para o colono civilizado, pois, sem esses braços,