a roda da fortuna desandaria, também o assalariado branco era imprescindível ao latifundista, senhor de engenhos.
O grande patriarcado rural vivera de índio e em seguida de negro. Mas liberto o índio ou desaparecido, e liberto o negro, restava a escravidão por outros processos. O branco pobre substituiria o índio "reduzido" e o negro comprado. Criar-se-iam tais condições econômicas para ele que, em todo o tempo, seus braços estariam permanentemente alugados ao latifundiário. E foi o que se deu. E foi desta subcamada infeliz que saíram os povoadores do Acre. A marcha para o Acre foi, sem dúvida, uma irresistível marcha de libertação.
Era do patriarcado agrícola da civilização que descia para o Acre o californiano do nordeste.
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Na época do êxodo para o Acre o nordestino se encontrava na fase culminante do regime de plantação, porque já começava a atravessar os limites deste com a civilização industrial. A indústria manual das redes, das farinhadas e do açúcar preto, já havia passado para a indústria mecânica. O colono fizera-se politicamente independente, atravessara um período imperial, ganhara uma nacionalidade, entrava no período republicano e encontrava-se senhor de prerrogativas máximas. Do barco de vela alcançara o vapôr, a estrada de ferro, o automóvel, o telégrafo, as armas automáticas. Usara os tecidos do tear mecânico e estava já sob os estremeções da civilização da máquina.
A distância que o separava do fio gentílico era enorme. Para chegar até ai havia que transpor-se,