Viagem ao Rio Grande do Sul

A cerca de uma légua daqui achamo-nos à margem do rio Mampituba (pai do frio) o qual, atravessando a praia, se lança no mar, depois de servir de linha divisória entre a província de Santa Catarina e a capitania do Rio Grande. Passamo-lo de modo idêntico ao que empregamos na travessia do rio Araranguá, e pagando pedágio à guarda de Torres.

Continuando nossa caminhada eis-nos chegados aos montes que têm esse nome. Um relvado curto, rasteiro mesmo, se estende à beira-mar, um pouco acima do mais setentrional dos dois montes.

Como há o projeto de localizar-se em Torres a sede de uma paróquia iniciaram aí a construção de uma igreja, da qual apenas existe o madeiramento. Após passarmos por essa igreja chegamos a um forte cuja construção se última e junto ao qual se acha o alojamento dos soldados do posto e do alferes que os comanda. Tais edificações ficam na face ocidental do monte, local de onde gozei um panorama que me pareceu mais encantador do que realmente era, devido à monotonia dos areais áridos a que meus olhos se acostumaram nos dias anteriores.

Um lago alongado, de águas tranquilas e cercadas de altas Ciperáceas estende-se ao pé do monte, paralelamente ao oceano. Além são matas que crescem em um terreno plano. À direita veem-se ainda areiais puros, e enfim o horizonte, delimitado pelo imenso planalto da grande cordilheira.

Chegado à residência do Alferes mostrei-lhe meus documentos, sendo muito bem recebido e alojado em uma pequena casa, onde ficarei sozinho e de onde se avista o lago.

A construção do forte, a que me refiro linhas atrás, tinha sido começada e estava em andamento, embora