Viagem ao Rio Grande do Sul

por seu aspecto ao das pastagens pantanosas da Sologne. O Eriocaulon, n. 1805 (1) Nota do Tradutor e uma Villarsia vegetam abundantemente nos lugares mais úmidos.

Pousamos perto de uma cabana, na vizinhança da qual herborizei até à tarde, chegando à margem de um grande lago. O dono da cabana informou-me da existência de três outros lagos, em seguida ao que conheci, os quais se ligam por meio de estreitos sangradoiros, sendo o mais setentrional denominado lagoa das Conchas. Disse-me também que os quatro reunidos podem medir cerca de 15 léguas de comprimento.

Terminado o meu trabalho pedi ao proprietário da palhoça permissão para mandar fazer o meu leito em sua casa, sendo atendido.

A palhoça é construída de paus armados em grade e forrados de folhas de palmeiras, que também entram na coberta da casa. Esta se compõe de dois compartimentos apenas — um pequeno paiol sem portas e um quarto sem janelas e sem mobiliário, onde as roupas e utensílios de toda a família são estendidos sobre esteios.

Apesar da indigência demonstrada por essa triste habitação, a dona da casa apresenta-se muito melhor trajada que os campônios franceses.

Soube, pelo meu hospedeiro, da existência da cultura de mandioca, feijão, trigo e milho nos arredores daqui, sendo que o milho dá somente uma espiga por pé.

A localidade pertence à Freguesia da Serra, que dista 15 léguas, motivo pelo qual os moradores locais somente nas festas da Páscoa vão à missa, e morrem sem receber os sacramentos da Igreja.

Esta viagem vai se tornando cada vez mais penosa, contribuindo para o esgotamento de minhas forças e de