que não passam de 12 ou 21 anos de idade. Parece impossível que seja do agrado de Sua Alteza Real o prenderam para soldados os estudantes já feitos e aplicados com os devidos preparatórios para passarem para a Universidade (de Coimbra). A Bahia onde havia número de estudantes que disse frequentavam às aulas no tempo dos jesuítas e depois dele reduzida, quando muito mais povoada, do diminuto número que deixo referido, parece paradoxo. Estes, porém, são os efeitos dos frequentes bloqueios e assaltos perpetrados há bastantes anos e reiterados com mais frequência de 1794 até o presente (1802).
Não há dúvida que na aluvião de indivíduos que sem seleção se enviavam há poucos anos para a América (Brasil) revestidos com a capa de mestre, quando nem o nome de discípulos lhe convinham, vieram alguns que bem mereciam mandá-los outra vez servir seus amos, ou para outros empregos semelhantes, privados ou destituídos inteiramente, da ciência e morigeração; a desgraça, porém, é tal que todos bons e maus, são avaliados pelo mesmo, são a abominação de todos os que se podem arrogar alguma autoridade sobre eles, denegando-se-lhe toda e qualquer imunidade, privilégio ou isenção com que Sua Alteza Real os tiver condecorado, de forma que com propriedade se lhes pode chamar a corporação dos enteados. Cumpre noticiar que não haverá parte onde se veja mais falta de ordem nas aulas do que nesta cidade, e isto por ser uma repartição deixada ao desamparo. Há nela quem dá uma só vez aula por dia, o que não parece ser bem entendido... O certo é que os serviços dos que assim tem obrado têm sido atendidos e remunerados e os que trabalham seis horas por dia não podem conseguir, apesar de terem duplicado anos de bons serviços.
Uma outra desordem é o usual costume de não virem os estudantes para a aula antes de 9 ou 10 horas da manhã, e das 4 para as 5 horas da tarde, sem que jamais os professores tenham meios para conseguir o contrário; se sucede repreender algum estudante, a não ser que ele seja descortejado,