com três naus francesas, que queriam entrar pela barra do Rio de Janeiro; o que lhe defendeu ás bombardadas, e não quis consentir que comunicassem com a gente da terra, por se dizer trazerem cartas do Senhor D. Antonio. E foi esta cidade em tanto crescimento em seu tempo, que pela engrandecer ordenou de fazer um engenho de açúcar na sua ilha, que faz muito açúcar; e favoreceu a Christovam de Barros para mandar fazer outro, que também está moente e corrente, com os quais esta cidade está muito avante, e com um formoso colégio dos padres da Companhia, cujas obras Salvador Corrêa ajudou e favoreceu muito. Neste Rio de Janeiro se podem fazer muitos engenhos por ter terras e águas para isso, em o qual se dão as vacas muito bem, e todo o gado de Espanha; onde se dá trigo, cevada, vinho, marmelos, romãs, figos e todas as frutas de espinho; e é muito farto de pescado e marisco, e de todos os mantimentos que se dão na costa do Brasil; onde há muito pau do Brasil, e muito bom.
CAPÍTULO LVII: Em que se declara a costa do Rio de Janeiro até São Vicente.
Da ponta de Cara de Cão do Rio de Janeiro à ponta do rio de Marambaia são nove léguas, onde se faz uma enseada; e defronte desta enseada está uma ilha de arvoredo, que se chama a Ilha Grande, a qual faz de cada banda duas barras com a terra firme; porque tem em cada boca um penedo no meio, que lhe faz duas