estão seguros de todo o tempo; chama-se este Rio de São Francisco, porque afirmam os povoadores da capitania de São Vicente, que se informaram do gentio, donde vinha este rio, que entra no mar desta costa, e que lhe afirmaram ser um braço do Pará, a que os portuguezes chamam de São Francisco, que é o que já dissemos, o que não parece possível, segundo o lugar onde se vai meter no mar tão distante deste. Por este rio entra a maré muito, por onde se navega barcos com barcos, em o qual se metem muitas ribeiras. Este rio tem grandes pescarias e muito marisco, e a terra ao longo tem muita caça, e grande cômodo para se poder povoar, por ser muito fértil, e dará tudo o que lhe plantarem. A terra deste rio é alta e fragosa e povoada de gentio carijó.
Corre-se esta costa da Cananea até o Rio de São Francisco nordeste-sudoeste, e todas estas ilhas que estão por ela, as que estão à boca do Rio de São Francisco têm bom porte e surgidouro para os navios ancorarem.
CAPÍTULO LXVI: Em que se declara a costa do Rio de São Francisco até a de Jumirim ou Itapucuru.
Do Rio de São Francisco ao dos Dragos são cinco léguas, pelo qual entram caravelões, e tem na boca três ilhéus. Do Rio dos Dragos à baía das Seis Ilhas são cinco léguas; desta baía ao Rio Itapucuru são quatro léguas, o qual está em 28 graus escassos; e corre-se a costa do Itapucuru até o Rio de São Francisco norte-sul. Este rio acima dito, a que outros chamam Jumirim, tem a boca grande e ao mar dele três ilhetas, pela qual