oré-pury-jub que estão ao pé de nós, taba-pyri-jub que estão ao pé da povoação, etc.
POTYGUARAS (p. 171)
Pitiguara (na nota). Potiguaras (mais abaixo).
Nome de índios tupi de Pernambuco e do Rio São Francisco, que nos dá ocasião de vermos quanto é vã a tentativa de explicar o nome, quando o cronista não carcteriza alguma cousa da tribo e indica o porquê da denominação. Além das três formas acima, ainda se vê esse escrito Potyuára (Martius e Porto Seguro), Pitagoar (G. S. de Sousa), Potygoar (S. de Vasconcellos), etc., etc., prestando-se deste modo a bem diversas interpretações, de mais a mais divergentes na mesma forma, conforme os autores, como se vê em Potyuára dado como patronímico por Martius, e como significando "pescadores de camarões" por Porto Seguro, e nenhuma das duas exata. Poti (e não poty) uár, alterado de potiguar, pode significar "comedor de camarão", mas não "pescador", como diz Porto Seguro, quando quisessem diferençar de outro nome os índios da língua geral podiam exprimir a mesma cousa por poti-uhár, porque uhár é o particípio regular de ú que também dá guar. Aqui temos i nasal, mas sem isso Potiguar pode ser particípio de tepoti fazer evacuação, donde tepotihar ou tepotiguar cagão. Com formação análoga à primeira, por via de guar particípio de u comer, ainda temos Pety-guar bebedor de tabaco (Montoya), fumista, fumador.
Na forma que dá G. Soares de Sousa temos o substantivo Pytaguar o pau para conduzir carga sobre os ombros de dois peões, e também verbo "conduzir, carregar, transportar a dois". Se este não dá para nome de tribo, há ainda Pitagua ou pitãgua, nome de vários Lanius (que podia aplicar-se a tribos) e hoje em paraguaio significando "estrangeiro". Como há exemplos de guar em vez de har como sufixo de particípio, podia ainda ser pytaguar por pytahar os firmes, os quedos, os que ficam, Pyteguar, por Pytehar os chupadores, etc. Afinal, com guar sufixo contrato de tequar ainda se tem Potyb-i-guar, equivalente a poty-i-guar o que tem mão dura, o homem tenaz e o