folgavam era com uma vez de cagui-été, sc. vinho de Portugal.
Ao dia seguinte, dia da visitação de Santa Isabel (3 de julho), precedendo as confissões gerais, renovaram os padres e irmãos das aldeias seus votos, para que estavam todos ali juntos, e o padre visitador disse missa cantada com diácono e subdiácono, oficiada em canto de órgão pelos índios, com suas flautas. Dali fomos à aldeia de São João (XX), duas léguas desta, onde houve semelhantes recebimentos e festas, com muita consolação dos índios e nossa.
É cousa de grande alegria ver os muitos rios caudais e frescos bosques de altíssimos arvoredos, que todo o ano estão verdes e cheios de formosíssimos pássaros, que em sua música não dão muita avantagem aos canários,rouxinóis e pintassilgos de Portugal, antes lha levam na variedade e formosura de suas penas. Os índios caminham muito por terra, levando o padre sempre de galope, passando muitos rios e atoleiros, e tão depressa que os de cavalo os não podiam alcançar. Nunca entre eles há desavença nem peleja sobre quem levou mais tempo ou menos, etc., mas em tudo são muito amigos e conformes. Outra cousa me espantou não pouco, e foi que saímos de casa algumas 40 pessoas, sem cousa alguma de comer, nem dinheiro: porém, onde quer que chegávamos, e a qualquer hora éramos agasalhados com toda a gente de todo o necessário de comer, carnes, pescados, mariscos, com tanta abundância, que não fazia falta a ribeira de Lisboa. Nem faltavam camas, porque as redes, que servem de cama, levávamos sempre conosco, e este é cá o modo de peregrinar, sine pena, mas