Tratados da terra e gente do Brasil

tomo 65, parte I (1902, vem a chegada à Bahia a 9 de março, erro evidente que corrigimos para 9 de maio, de acordo com a cópia de Évora.

VII – Gregorio Serrão entrou para a Companhia em 1550, em Coimbra, e chegou à Bahia no terceiro socorro, a 13 de julho de 1553, com o padre Luiz da Grã e outros padres e irmãos, entre os quais Joseph de Anchieta; vinha ainda como irmão ou escolar e exercia o ofício de enfermeiro. Em Piratininga residiu muito tempo em companhia do irmão Manuel de Chaves, aprendendo a língua da terra e ensinando os meninos da escola. Passados alguns anos nesses exercícios, foi mandado para a Bahia, onde em julho de 1562 recebia das mãos do bispo D. Pedro Leitão as ordens sacerdotais. Serviu como reitor do colégio da Bahia cerca de 20 anos e nesse ínterim, em fins do ano de 1575, foi mandado a Roma na qualidade de procurador da província, sendo geral ao tempo o padre Everardo Mercuriano. Tendo exposto ali e em Portugal a importância de Pernambuco, e como estava povoado de gente nobre e rica, conseguiu que se fundasse colégio naquela capitania, e se dotasse para 20, o que foi feito logo em 1576, sendo esse colégio o terceiro do Brasil. Em 1578 regressou à província, trazendo em sua companhia 16 padres e irmãos, que foi o maior contingente que chegou ao Brasil no século XVI. Doente, e como sua enfermidade não tivesse melhoria, entendeu o provincial, que era então Anchieta, de mandá-lo para o Rio de Janeiro, com esperança de que, mudando de clima, lograsse alívio a seus males. Em viagem, o navio em que vinha com outros padres e irmãos arribou ao Espírito Santo e aí faleceu o padre Gregorio Serrão, a 25 de novembro de 1586, com 36 anos de Companhia e 33 de Brasil. Foi enterrado na capela de Santiago, onde mais tarde foi sepultado o corpo de Anchieta, o provincial que, segundo as crônicas, ao ordenar-lhe seguisse viagem, lhe dissera profeticamente: – "Vade frater, quia postea nos conjungit locus."

Na America abreviada do padre João de Sousa Ferreira, inserta na Revista do Instituto Historico, tomo 57, parte I (1894), sem a resolução que assinou com o bispo (D. Antonio de Barreiros)

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