Tratados da terra e gente do Brasil

mais de cinco mil índios. Por algum tempo foi reitor do colégio da Bahia e com o mesmo encargo passou para o de Pernambuco. Aí faleceu a 5 de maio de 1613, com 60 anos de Brasil. – Conf. Agiologio lusitano, tomo III, p. 77, letra F.

LVII – Era o bispo D. Antonio de Barreiros e ouvidor-geral o licenciado Martim Leitão, o famoso general da conquista da Paraíba. O bispo achava-se em Pernambuco desde 20 de março de 1584; fora na armada de Diogo Flores de Valdez, que saíra da Bahia no primeiro dia daquele mês. Por esse tempo, entre julho e outubro, faleceu D. Brites de Albuquerque, viúva do velho Duarte Coelho; fizeram-se pomposas exéquias no colégio de Olinda e proferiu a oração fúnebre D. Antonio de Barreiros. Esse prelado, em 1597, tomou parte no governo da capitania de Pernambuco com Duarte de Sá, vereador mais velho do Senado da câmara de Olinda, no impedimento do governador Manuel Mascarenhas Homem, que, comandando uma expedição militar, seguira para o Rio Grande do Norte.

Cardim deixou de referir um fato passado durante sua estada em Pernambuco, do qual, pelo escândalo que levantou, teve com certeza conhecimento. Achava-se ali Pedro Sarmiento de Gambôa, a fazer provisões para levar para o estreito de Magalhães, que ia governar. Francisco Castejon, a quem competia fornecê-las, aviava-se tão devagar que o ouvidor geral Martim Carvalho, provedor-mor, estando presente D. Antonio de Barreiros, houve entre as duas autoridades acalorada discussão a propósito da demora, a qual ia degenerando em luta armada, porque, saindo para a rua Nova de Olinda, acudiu muita gente em armas de uma e outra parte. Segundo frei Vicente do Salvador, foi o ouvidor geral quem apaziguou os ânimos exaltados; mas, conforme Sarmiento, foi graças à sua intervenção que a briga se aplacou. – Ver frei Vicente do Salvador, – Historia do Brasil, liv. IV, cap. V; Pedro Sarmiento de Gambôa – "Sumaria relación", em Colectión de documentos inéditos del Archivo de Indias, de D. Luis Torres de Mendoza, tomo V, p. 403.

LVIII – Governou a capitania de 1580 a 1592, como locotenente do donatário, o licenciado Simão Rodrigues Cardoso.

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