ainda Vicente Rodrigues; das levas seguintes havia mais de um sobrevivente. A todos conhecera Anchieta, ou à chegada, ou nas visitas obrigatórias do provincialato — nem para outro fim a Companhia possuía embarcação própria. Pelos fragmentos conservados revela-se Anchieta psicólogo penetrante, feliz no modo de narrar os fatos e desatar os fatores.
Da reitoria de Cardim no Rio pouco se sabe. Seu nome aparece a propósito da fazenda de Santa Cruz, que os epígonos dos jesuítas só deixaram subsistir e conservam no miserável estado atual porque nada se perde na natureza.
Em 1598, Fernão Cardim, eleito procurador da província do Brasil, partiu para o Velho Mundo. Seu antigo chefe Christovão de Gouvêa foi encontrar provincial de Portugal. Em Roma imperava irredutível Claudio Acquaviva, o mesmo que o despachara para estas batidas no começo de seu generalato tormentoso.
Em 1601 partiu novamente para o Brasil como companheiro do novo visitador, o terceiro desde o estabelecimento da Companhia, João de Madureira. O navio em que vinham foi tomado à vista de Portugal. Madureira morreu logo. Cardim seguiu prisioneiro para a Inglaterra. Conseguiu depois fugir em condições mui vagamente conhecidas. Como prêmio de seus trabalhos Acquaviva nomeou-o provincial do Brasil.
De seu provincialato (1604 a 1609) faltam quaisquer ânuas; talvez estejam sepultadas em algum dos arquivos que, para maior segurança, a Companhia guarda em vários pontos do continente europeu e ressurjam agora com o tricentenário. As grandes linhas do que fez deletream-se na Relação annual de Fernão Guerreiro,