banal existir em Évora no idioma original cópia do manuscrito extorquido pelo corsário Dartmouth.
Quem seria o autor?
Em 1847 Varnhagen deu à luz uma Narrativa epistolar de uma viagem e missão jesuitica... pelo padre Fernão Cardim.
Pela primeira vez o nome de Cardim, conhecido só aos leitores de Fernão Guerreiro, Antonio Franco ou André de Barros, apareceu como o de autor. Varnhagen pretendia dar edição anotada da narrativa, mas exigências da carreira diplomática chamaram-no imprevistamente de Lisboa: nem ao menos pôde oferecer texto correto, culpa dele, ou da cópia de que se serviu, ou dos revisores em quem descansou.
Comparado o Treatise de Purchas e a Narrativa de Varnhagen, impôs-se a conclusão de que é o mesmo o autor de ambos. A identidade de forma e fundo aparece a cada instante; o Treatise foi escrito em 1584 e Cardim estava no Brasil desde maio de 1583; o manuscrito do Treatise foi tomado por um pirata inglês em 1601 a um jesuíta que aprisionaram; neste mesmo ano de 1601, Fernão Cardim foi aprisionado e levado para a Inglaterra.
À vista disto não se hesitou em publicar os dois tratados com o nome de Fernão Cardim. O primeiro saiu em 1881 a expensas de Ferreira de Araujo, o fundador da Gazeta de Noticias, com preciosas notas de Baptista Caetano, o grande mestre da língua geral; o segundo imprimiu-o em 1885 a Revista da Secção da Sociedade de Geographia de Lisboa no Rio de Janeiro.
Comparando os escritos nota-se que os primeiros datados de 84 só em parte podiam fundar-se em observações