muitos deles; são muito dorminhocos, e dormindo os matam, não fazem mal.
Biarataca – Este animal é do tamanho de um gato, parece-se com furão, pelo lombo tem uma mancha branca, e outra parda, que lhe ficam em cruz muito bem feita; sustentam-se de pássaros, e seus ovos, e outras cousas, máxime de âmbar, e gosta tanto dele que toda a noite anda pelas praias a buscá-lo, e onde o há ele é o primeiro; é muito temido, não porque tenha dentes, nem outra arma com que se defenda, mas dá certa ventosidade tão forte, e de tão ruim, que os paus, pedras, e quanto diante de si acha, penetra, e é tanto que alguns índios morreram já de tal fedor; já cão que a ele se achega não escapa, e dura este cheiro 15, 20, e mais dias, e é tal que se dá esta ventosidade junto dalguma aldeia logo se despovoa para não serem sentidos, cavam no chão, e dentro dão a ventosidade, e a cobrem com a terra; e quando os acham para não serem tomados, sua defensa é disparar aquela ventosidade.
Há outras castas destes animais que não têm tão mau cheiro; criam-se em casa, e ficam domésticos, e os índios os estimam.
Preguiça – A preguiça que chamam do Brasil é animal para ver, parece-se com cães felpudos, os perdigueiros; são muito feios, e o rosto parece de mulher maltoucada; têm as mãos e pés compridos, e grandes unhas, e cruéis, andam com o peito pelo chão, e os filhos abraçados na barriga, por mais que lhe deem, andam tão devagar que hão mister muito tempo para subir a uma árvore, e por isso são tomados facilmente; sustentam-se de certas folhas de figueiras, e por isso não