narizes, boca, orelhas, e por quantas feridas tem em seu corpo, e corre-lhe por muito espaço de tempo, e se lhe não acodem todo se vai em sangue, e morre.
Igbigboboca – Esta cobra é muito formosa, a cabeça tem vermelha, branca e preta, e assim todo o corpo manchado destas três cores. Esta é mais peçonhenta de todas, anda devagar, e vive nas gretas da terra, e por outro nome se chama a cobra dos corais. Não se pode explicar a grande veemência que têm estas cobras peçonhentas sobreditas, nem as grandes dores que causam, nem as muitas pessoas que cada dia morrem delas, e são tantas em número, que não somente os campos, e matos, mas até as casas andam cheias delas, acham-se nas camas, dentro das botas, quando as querem calçar. Indo os irmãos para o repouso as acham nele, enrodilhadas nos pés dos bancos, e se lhe não acodem, quando mordem, sarjando-lhe a ferida, sangrando-se, bebendo unicórnio, ou carimá, ou água do pau-de-cobra, ou qualquer outro remédio, eficaz, em 24 horas, e menos, morre uma pessoa com grandes gritos, e dores, e são tão espantosas, que como uma pessoa é mordida logo pede confissão, e faz conta que morre, e assim dispõe de suas cousas.
Há outras cobras, principalmente estas jararacas que cheiram muito a almíscar, e onde quer que estão dão sinal de si pelo bom e suave cheiro.
Há muitos alacrás que se acham nas camas cada dia, e entre os livros nos cubículos; de ordinário não matam, mas dentro de 24 horas não há viver com dores.
Parece que este clima influi peçonha, assim pelas infinitas cobras que há, como pelos muitos alacrás, aranhas