umas alcachofras como o naná, mas não são de bom gosto. Estas folhas deitadas de molho dão um linho muito fino, de que se faz todo gênero de cordas, e até linhas para coser e pescar.
Timbó – Timbó são umas ervas maravilhosas, crescem do chão como cordões até o mais alto dos arvoredos onde estão, e alguns vão sempre arrimados à arvore como era; são muito rijos, e servem de atilhos, e alguns há tão grossos como a perna de homem, e por mais que os torçam não há quebrarem; a casca destes é fina peçonha, e serve de barbasco para os peixes, e é tão forte que nos rios onde se deita não fica peixe vivo até onde chega com sua virtude, e destes há muitas castas, e proveitosas assim para atilhos como para matar os peixes. Outras ervas há que também servem para medicinas, como são serralhas, beldroegas, bredos, almeirões, avencas, e de tudo há grande abundância, ainda que não têm estas ervas a perfeição das de Espanha, nem faltam amoras de silva brancas, e pretas como as de Portugal, e muito bom perrexil pelas praias, de que se faz conserva muito boa, nem falta macela.
DAS ERVAS CHEIROSAS (XII)
Nesta terra há muitos mentrastos, principalmente em Piratininga: não cheiram tão bem como os de Portugal; também há umas malvas francesas de umas flores roxas, e graciosas que servem de ramalhetes. Muitos lírios, não são tão finos, nem tão roxos como os do reino, e alguns se acham brancos.