Erva que dorme — Esta erva se dá cá na primavera, e parece-se com os maios de Portugal, e assim como eles se murcha e dorme em se pondo o sol, e em nascendo torna a abrir e mostrar sua formosura. O cheiro é algum tanto fartum. Também há outra árvore que dorme da mesma maneira, e dá umas flores graciosas, mas não cheiram muito.
Erva-viva — Estas ervas são de boa altura, e dão ramos, e umas folhas farpadas de um verde gracioso; chamam-se erva-viva, porque são tão vivas e sentidas que em lhes tocando com a mão, ou qualquer outra cousa, logo se engelham, murcham e encolhem como se as agravaram muito, e daí a pouco tornam em sua perfeição, tantas vezes lhes tocam, tantas tornam a murchar-se, e tornam em seu ser como dantes.
Outras muitas ervas há, como orégãos, e poejos, e outras muitas floras várias, porém parece que este clima, ou pelas muitas águas, ou por causa do sol, não influi nas ervas cheiro, antes parece que lho tira.
DAS CANAS (XIII)
Nesta terra há muitas espécies de canas e taquaras: há de grossura de uma coxa de um homem, outras que têm uns canudos de comprimento de uma braça, outras de que fazem flechas e são estimadas; outras tão compridas que têm três ou quatro lanças de comprimento; dão-se estas canas por entre os arvoredos, e assim como há muitas, assim há muitos e compridos canaviais de muitas léguas, e como estão entre as árvores vão buscar o sol, e por isso são tão compridas.