estima, e único remédio para dor de pedra, porque feita em pó e bebida em vinho, ou água, faz deitar a pedra, como aconteceu que dando-a a uma pessoa, deixando outras muitas experiências, antes de uma hora botou uma pedra como uma amêndoa, e ficou sã, estando dantes para morrer. Os ossos deste peixe são todos maciços, e brancos como marfim; faz-se dele muita manteiga, e tiram-lhe duas banhas como de porco; e o mais da manteiga tem no rabo, o qual sendo de largura de quatro palmos, ou mais todo se desfaz em manteiga; é muito gostosa, e para cozinhar e frigir peixe, para a candeia serve muito, e também para mezinhas, como a do porco; é branca, e cheirosa; nem tem cheiro de peixe. Este peixe se toma com arpoeiras, acham-se nos rios salgados junto de água doce: comem uma certa erva que nasce pelas bordas, e dentro dos rios, e onde há esta erva se matam, ou junto de olhos de água doce, a qual somente bebem; são muito grandes; e alguns pesam dez, e outros 15 quintais, e já se matou peixe que cem homens o não puderam tirar fora d'água, e nela o desfizeram.
Bigjuipirá – Este peixe bigjuipirá se parece com solho de Portugal, e assim é cá estimado, e tido por peixe real; é muito sadio, gordo, e de bom gosto; há infinidade deles, e algumas das ovas têm em grosso um palmo de testa. Tomam-se estes peixes no mar alto à linha com anzol; o comprimento será de seis ou sete palmos, o corpo é redondo, preto pelas costas, e branco pela barriga.
Olho-de-boi – Parece-se este peixe com os atuns de Espanha, assim no tamanho como nas feições, assim interiores como exteriores; é muito gordo, tem às vezes