Viagem pelo Amazonas e rio Negro

e a sir Joseph Hooker(14) Nota do Prefaciador e, em virtude de recomendação desses sábios, a minha monografia e suficientes extratos da de Darwin foram lidos em sessão da "Linnean Society", em julho do mesmo ano (1858), que foi quando a teoria da seleção natural, ou da sobrevivência dos mais capazes foi, pela primeira vez, dada a conhecer ao mundo. Mereceu ela, porém, pouca atenção, até que aparecesse o grande livro de Darwin, assinalador da época, nos fins do ano seguinte.

Podemos calcular algum tanto melhor a grandeza e a perfeição do livro de Darwin, considerando a profunda mudança da opinião pública educada, a qual ele rapidamente e permanentemente causou. O que era essa opinião culta, antes que surgisse tal obra, patenteia-o o fato de que nem Lamarck, nem o autor dos Vestiges, tinham sido capazes de produzir qualquer impressão nela. A verdadeira ideia do desenvolvimento progressivo das espécies em outras espécies era tida como uma heresia por homens de cérebros tão elevados e liberais, como sir John Herschel e sir Charles Lyell; este último sábio havia até declarado, nas primeiras edições da sua grande obra, que os fenômenos geológicos eram "fatais à teoria do desenvolvimento progressivo". O mundo científico e literário, uníssono, opôs-se violentamente a tais teorias, e descreu totalmente da possibilidade de virem elas a ser estabelecidas. Era tão velho o costume de considerar as espécies vivas como criações particulares, e a maneira do seu surto como o mistério dos mistérios, que passara a ser encarado não somente como presunçoso, mas também como um indivíduo quase ímpio, quem quer que ousasse confessar ter levantado o véu do que era tido em conta do maior e mais indecifrável dos segredos da natureza.

Qual é, entretanto, o estado da opinião literária e científica educada, nos dias que correm? A evolução é agora universalmente aceita, como um princípio demonstrado, e nenhum escritor, mesmo