que "uma força superior, agindo espontaneamente por meio de leis naturais e universais, guiou o desenvolvimento da espécie humana par uma direção definida e para um destino especial". G. T. Bettany explica essa divergência de vistas pela circunstância, confessada pelo próprio Wallace, em 1881, em seu trabalho "On miracles and modern spiritualism", da firme crença teológica, a que este havia chegado, depois de acentuado materialismo. Assim ao contrário de Darwin, que aceitava a lei do transformismo para todos os seres vivos, sem exceção alguma, Wallace não admitia que o homo sapiens proviesse diretamente do antropoide, isto é, dos macacos superiores. O homem, no seu pensar, era um caso especial da criação, uma obra de Deus.
Há ainda uma feição especial do primoroso talento de Wallace, a qual não deve ser posta em olvido: é a sua influente cooperação, teórica e prática, na agitação social que culminou em toda a Grã-Bretanha no derradeiro quartel do século XIX. A crise econômica e industrial já havia feito aparecer na Inglaterra a "Federação Social-Democrática", fundada por Hyndman (discípulo de Karl Marx) em 1880, seguida pouco depois pela "Fabian Society", planejada por um pugilo de jovens intelectuais, que queriam aplicar aos males da sua pátria o velho sistema estratégico de Fabius Cunctato, isto é, a contemporização. Para enfrentar a crise agrária, os prosélitos ingleses do escritor socialista norte-americano Henry George, cuja obra-prima, Progress and poverty (publicada em 1879), causara forte impressão nos cérebros anglo-saxões, entenderam de instalar uma "Liga para a restituição da terra", em 1880.
Foi aí que interveio então Wallace, não só editando o seu trabalho "Land nationalization — Its necessity and its aims" (Londres, 1882), como fundando, a seu turno, a "Liga para a nacionalização da terra", no mesmo ano, e presidida por ele próprio(16). Nota do Prefaciador Levando mais longe o seu ponto de vista sobre assuntos de tão vital importância para a prosperidade pacífica da sua pátria, Wallace, dando a