CAPÍTULO I
BELÉM DO PARÁ.
CHEGADA A BELÉM DO PARÁ - ASPECTOS DA CIDADE E DE SEUS ARREDORES - OS HABITANTES E SEUS COSTUMES - VEGETAÇÃO - PLANTAS SENSITIVAS - SÁURIOS - FORMIGAS E OUTROS INSETOS - PÁSSAROS - CLIMA - ALIMENTAÇÃO DOS HABITANTES.
Com 29 dias de rápida viagem, desde Liverpool, na manhã de 26 de maio de 1848 foi que ancoramos em frente ao braço sul do rio Amazonas, tendo assim ensejo de contemplar, pela primeira vez, as plagas sul-americanas.
À tarde, entrou a bordo de nosso navio um prático, e, na manhã seguinte, com vento favorável, navegamos rio acima, o qual penetra no Atlântico cerca de dez milhas, e deste se distingue tão somente pela calma e descolorido das águas.
As praias do norte estavam invisíveis e as do sul achavam-se distantes de 10 a 12 milhas.
Ancoramos novamente na madrugada de 28.
Daí a pouco, num céu sem nuvens, surgia o sol, e avistamos, então, cercada de densa floresta, a cidade do Pará(1),Nota do Prefaciador com suas bananeiras e palmeiras, que se destacavam magnificamente, oferecendo aos nossos olhares um espetáculo duplamente belo, já pelo tom alegre da paisagem, já pela presença daqueles luxuriantes especímenes dos países tropicais, na sua esplêndida pompa nativa, os quais tantas vezes tivemos ocasião de admirar nas estufas de Kew e de Chatsworth.