Viagem pelo Amazonas e rio Negro

Canoas, tripuladas por negros e índios, cruzavam as águas.

Urubus voavam lá no alto, ou, então, indolentemente, caminhavam na praia.

Em bandos numerosos, as andorinhas passavam voando, ou iam pousar nos telhados das casas e das igrejas.

Tudo isso, enquanto aguardávamos a visita dos oficiais da Alfândega e até que fosse permitido o nosso desembarque, servia para prender-nos a atenção.

A cidade do Pará conta cerca de 15 mil habitantes(2), Nota do Prefaciador e sua área, relativamente, não é muito grande.

Contudo, é a maior cidade do maior rio do globo, — o Amazonas, — sendo a capital de uma província, cuja superfície iguala à de toda a Europa ocidental.

É a residência de um presidente, nomeado pelo imperador do Brasil, e também sede de um bispado, cuja diocese se extenue duas mil milhas para o interior de um território, povoado por inúmeras tribos selvagens, ainda não convertidas ao cristianismo.

A província do Pará está situada no extremo norte do Brasil, e, conquanto seja, pelas suas condições naturais, a parte mais rica do vasto império, é, entretanto, a menos conhecida, e, presentemente, tem pouca importância comercial.

O aspecto da cidade, vista do rio, que é o melhor ponto de observação, não é mais estranho que o de Calais ou de Boulogne.

As casas, em geral, são pintadas de branco, destacando-se dentre elas algumas igrejas e vários edifícios públicos notáveis, com as suas altas torres e cúpulas.

O vigor da vegetação evidencia-se por toda parte.