Dicionário da terra e da gente do Brasil

e lagoas até chegar a Tramandaí. (Manoel Alves da Silva Caldeira Apontamentos para a História da Revolução de 1835-1845 in Revista do Instituto Hstórico e Geográfico do Rio Grande do Sul. III Trimestre. 1927. Pág. 376). No Rio Grande do Sul, a lagoa Mangueira ou do Albardão é separada do oceano por uma estreita faixa de terra chamada Albardão, a qual forma a costa do mesmo nome, tão famigerada nos anais da navegação veleira do Sul do Brasil. É vocábulo rio-platense.

Aldeia: além da significação vernácula de povoação que não tem categoria de vila ou cidade, de povoado rústico (de uso pouco frequente no Brasil), emprega-se este termo no sentido especial de povoação dos gentios, já sob o mando de um maioral, morubixaba, cacique, em Goiás capitão, já sob a direção de um chefe civilizado, frade, missionário militar ou civil. Beaurepaire-Rohan, registando o termo, diz: "nome especial das povoações compostas exclusivamente de aborígenes, quer vivam submissos ao regime civilizado, quer vivam independentes nos sertões. É a taba dos caboclos a que, no Paraná, se chama toldo e toldaria, e, na Amazônia, maloca. O a que em Portugal se chama aldeia, nós denominamos correntemente povoação, povoado, arraial, e no interior do Brasil, às vezes, comércio e comercinho, segundo refere Nelson de Senna, rua como ouvimos na Bahia. Algo de semelhante ao que em Marrocos se chama Ksar ou Ksur. — Segundo nos informou o General Borges Fortes, filho do Rio Grande do Sul, em sua terra, é de uso frequente chamar-se aldeia ao casario junto aos quartéis de tropa, geralmente ranchos de pau a pique, onde habitam as mulheres e os filhos dos soldados: assim se diz a aldeia da artilharia, a aldeia do terceiro: confirma-o Luiz Carlos de Moraes em seu Vocabulário. Também assim se chama ao abarracamento das mulheres de soldados, a pequena distância dos alinhamentos de tropas: nestes se denomina comércio o lugar onde estacionam os mercadores que as acompanham (General Borges Fortes, em Carta de 26 de janeiro de 1933).

Aldeamento: o mesmo sentido brasileiro de aldeia. Desde os primeiros tempos da colonização, encontramos frequentemente nos cronistas as expressões aldeamentos dos gentios, gentios aldeados, aldeia de índios. Gastão Penalva, em artigo de impressões sobre a ilha de Fernando de Noronha, diz chamar-se lá aldeamentos aos alojamentos dos presidiários que ali são recolhidos no cumprimento de sentenças que lhes foram impostas.

Alfafal: termo usado, principalmente no Rio Grande do Sul, para designar o terreno em que se mostra grande plantação de alfafa, planta forrageira importada do Rio da Prata. Teschauer, que o regista, cita um trecho da "Mensagem" do Presidente do Rio Grande do Sul em 1919: "Nesse sentido é possível

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