Arrombado: termo amazônico, de uso frequente na região do Salgado do Estado do Pará. Devemo-lo à informação do Dr. H. Jorge Hurley, que nos escreveu: "Os furos recentes na região do Salgado, de Bragança a Viseu, que ligam dois rios através dos manguezais, são denominados arrombados. Há 20 anos, mais ou menos, as marés arrombaram o talude que se interpõe entre os rios Curuçá e Cajatuba, abrindo franca passagem às canoas, ficando esse canal denominado — furo do arrombado —. Como este há muitos em toda a região marítima do Pará".
Arroto de gruna: expressão usada pelos garimpeiros das Lavras Diamantinas da Bahia, designativa do ponto em que o curso d'água subterrâneo, que atravessa as grunas ou grutas escavadas no subsolo, aflora à superfície. As águas ao chegarem à flor da terra produzem, não raro, um gargarejamento, semelhante ao ruído que fazem os gases que saem do estômago, de onde se originou o sugestivo dizer da gente dos garimpos. Foi a informação que nos deu o Engenheiro Máximo Macambyra Monte-Flores. À pág. 47 dos Contos do Norte, de Alberto Rabello, lemos o seguinte passo: "E um instante lhe foi de delírio, quando vinda do fundo da caverna, uma torrente de luz flamejante escorria a seus pés, como se um rio de ouro vertiginoso e fantástico descesse até o arroto da gruna".
Arumbava: o mesmo que mumbava, segundo A. Taunay, que assim ouviu no sul de São Paulo. O mesmo autor regista também o significado de parasito.
Açaizal: denominação corrente no vale do Amazonas, designativa de terreno, em geral à beira dos rios, onde vicejam frondosas e numerosas as palmeiras chamadas açaí (Euterpe olerácea. Mart.). O açaí chama-se jussara no Maranhão, donde jussaral (vide este termo). O açaí, além de um esplêndido óleo, presta-se também a uma bebida magnífica, muito comum na Amazônia, preparada esta e extraído aquele da polpa que circunda os coquilhos (Estado do Amazonas no Dicionário Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil — 2. vol. pág. 30). À famosa bebida se refere a lenda popular, que lhe canta a excelência:
"Quem vai ao Pará, parou;
Quem bebe açaí, ficou."
"Entre os dois barrancos não há espaço para cem metros e este fundo é coberto por açaizal ou jussaral, em meio do qual corre um riachinho de cristalina água algum tanto azulada" (Carlota Carvalho — O Sertão Pág. 9). Adolpho Ducke escreve a respeito de açaizal — "lugares pantanosos onde, na submata, abundam as palmeiras açaí".
Assentada: termo que, em alguns dos Estados do Brasil, na Bahia e Goiás por exemplo, designa um terreno plano no alto de