por ocasião das vazantes. Como exemplo, citaremos o baixio ou enseada do Tatucuara, no rio Tapajós. Vicente Chermont regista o termo no sentido de baixo onde há arrebentação (Vide baixo). No Nordeste brasileiro o nome baixio tem o sentido peculiar de uma subespécie de vazantes (vide este termo). Philipp von Luetzelburg, à pág. 32 do 3. vol. do seu Estudo Botânico do Nordeste, escreve: "Enquanto as vazantes acompanham sempre rios ou lagoas, dos quais recebem água, os baixios, ao contrário, estão situados entre as cadeias de serras, formando ali bacias sem escoadouro, de forma que as águas nos tempos das chuvas, correndo das serras, armazenando-se ali, formando açudes, na falta de sangradouro ficam represadas e infiltram-se no solo, originando maior viçosidade da vegetação existente. Deste modo os baixios são vazantes cercadas de serras e, no tempo das chuvas, reservatórios de águas naturais. Existem destes baixios entre as serranias na Bahia central (região das serras das Almas, Tromba e Itubira), na Paraíba (próximos às serras dos Prazeres e do Pau Ferrado)".
Baixo: termo da Amazônia, que designa coroa de lama ou areia, a qual, na baixa-mar, quase fica à superfície, ou se descobre completamente. Registrado por Vicente Chermont que acrescenta: "Nos rios de águas tranquilas e nos igarapés, os lugares de pouca profundidade ou que descobrem à baixa-mar são baixos; baixios, que de longe denotam a sua situação pela mareta ou pela arrebentação, só se encontram nas baías e amplos estuários".
Balaiada: nome que, na História do Brasil, se dá à guerra civil que abrasou a Província do Maranhão de 1838 a 1841, determinando milhares de mortes e prejuízos sem conta. A denominação proveio da alcunha que tinha um dos cabeças da rebelião, Manoel dos Anjos Ferreira, cognominado o "balaio", pelo fato de fazer e vender balaios. Outros chefes da rebeldia ostentavam também cognomes expressivos como fossem: Dom Cosme, Gitirana, Ruivo, Mulungueta, Violette, Coque etc., etc. Após quase três anos de terrível luta, foi pacificada a província pelo Coronel Luiz Alves de Lima e Silva, logo agraciado com o título de Barão de Caxias (18 de julho de 1841), ao depois o nosso imortal Duque de Caxias.
Balatal: reunião de árvores que dão a balata, que é a seiva da maçarandubeira, da família das sapotáceas. Numa carta dirigida a 15 de novembro de 1928 ao Presidente da República pelo General Candido Rondon, chefe de uma expedição brasileira na região fronteiriça das Guianas europeias, lemos o seguinte: "Descobrimos neste rio (São João) grande balatal desconhecido até hoje do governo do Pará, riqueza extrativa de grande alcance comercial e que facilitará o povoamento do Cuminá, acima do Salgado. Além do balatal e castanhal, o rio conta com a riqueza dos seus grandes campos..."