manteve-se continuamente nas épocas mais gloriosas da história das nações ibéricas.
Nesse ponto, ao menos, elas podem considerar-se legítimas pioneiras da mentalidade moderna. Toda gente sabe que nunca chegou a ser rigorosa e impermeável a nobreza lusitana. Na era dos grandes descobrimentos marítimos, Gil Vicente podia notar como a nítida separação das classes sociais que prevalecia em outros países, era quase inexistente entre seus conterrâneos:
"...em Frandes e Alemanha,
em toda França e Veneza,
que vivem per siso e manha,
por não viver em tristeza,
não he como nesta terra;
porque o filho do lavrador
casa lá com lavradora,
e nunca sobem mais nada;
e o filho do broslador
casa com a brosladora:
isto per lei ordenada."(2) Nota do Autor
Um dos pesquisadores mais notáveis da história antiga de Portugal salientou, com apoio em ampla documentação, que a nobreza, por maior que fosse a sua preponderância em certo tempo, jamais logrou constituir ali uma aristocracia fechada; a generalização dos mesmos nomes a pessoas das mais diversas condições — observa — não é um fato novo na sociedade