Uma caçada fácil e muito rendosa é a dos jabutis e dos cágados, que são tartarugas terrestres. Abundam nos cerrados e em regiões de lajedos, onde se deixam apanhar.
Outrora, os caiapós, por ocasião das festas da aldeia, colhiam-nos às centenas para consumi-los em seus festins pantagruélicos. Os jabutis podem criar-se dentro de cercados e multiplicam-se como nos matos, constituindo excelente reserva alimentícia.
Os tatus encontram-se pelas chapadas e no interior das matas. Muito apreciada é a sua carne. Os mais comuns são o tatu-bola e o grande tatu-canastra. O tatupeba é inaproveitável, por alimentar-se de cadáveres.
Muito teríamos a dizer a respeito das aves dos nossos sertões. Encontramos aí fabulosa variedade de aspectos, cores e plumagens. Eis algumas que merecem particular menção:
A maior de todas as aves do interior do Brasil é a ema, semelhante ao avestruz. Quanto mais o viajante avança pelos sertões adentro, mais facilmente a avista, ora sozinha a ciscar nas campinas descobertas, à procura de insetos, lagartixas e outros répteis, ora em bandos a correrem velozes pelos chapadões, ou enfim nas vizinhanças dos sítios, metida no meio do gado e outros animais.
Embora muito perseguida pelos caçadores, as emas ainda são numerosas, não só por ser difícil aproximar-se delas, como também pelo empenho de muitos moradores em conservá-las perto dos sítios, por causa de sua ação benéfica no extermínio de insetos e cobras venenosas.
Não é das mais fáceis a caçada da ema. Persegui-la com arma de fogo é quase sempre inútil em razão da grande agilidade dessa ave e da sua maneira original de correr, própria para desanimar os melhores cães e os cavalos mais ligeiros. A ema deixa a cada momento a linha reta e "quebra" de repente, ora para um lado, ora para outro; e essa estranha manobra esgota em breve os mais velozes perseguidores.
Recorrem por isso a diversos estratagemas para conseguir prendê-la. Um deles é a "palhoça", ou capa de palhas de buriti, com que o caçador se cobre da cabeça aos pés. Assim fantasiado, avança devagar, fazendo ao mesmo tempo balançar por cima da cabeça um feixe de ramos verdes. A ave enganada, deixa aproximar-se o caçador que pode então atirar nela com certeza. O outro sistema consiste em esconder-se, em plena chapada, dentro de um ranchinho de folhas, armado a pequena distância do ninho onde a ema está chocando os ovos ou vigiando