Esta observação final comprova o prestígio de Rodrigues Alves no corpo acadêmico, apesar de sua posição política minoritária. Era o prenúncio do que viria a ocorrer na proclamação da República, quando o deputado monarquista foi chamado a continuar na política pelos seus patrícios republicanos.(11) Nota do Autor
A Imprensa Acadêmica, que suspendera a publicação em 1869, retomou-a em 1870, graças principalmente aos esforços de Rodrigues Alves.
Na Imprensa Acadêmica, Rodrigues Alves escreveu assiduamente sobre assuntos internacionais, que muito preocupavam a mocidade, por causa da Guerra do Paraguai, que vinha de terminar. Talvez por isto, quando findou a guerra, em 1870, Rodrigues Alves foi o estudante escolhido para saudar, em praça pública, o grupo de voluntários paulistas que retornavam das distantes e gloriosas batalhas.
Também a este respeito existe curiosa nota manuscrita de Rodrigues Alves:
"Chegando a São Paulo o Batalhão de Voluntários Paulistas, a Academia resolveu saudar a sua bandeira e quase por aclamação me escolheu para orador e seu representante. Fiquei então muito contente. A festa foi soleníssima."
Mais adiante Rodrigues Alves copia todo o texto do seu discurso, proferido a 25 de abril de 1870, extraído do Correio Paulistano. Eis alguns trechos:
"Paulistas! A mocidade acadêmica vem festejar vossas glórias, coroando a vossa bandeira. Romeiros luminosos, caminheiros encantados, essa que percorrestes é a estrada perigosa dos combates; e hoje, que a voz mágica dos céus, entoando hosanas aos vossos triunfos, celebra o marco dessa cruzada de honra, o anjo tutelar do Império roça suas vestes nas águas sagradas do Ipiranga e, salpicando-vos as frontes, batiza-vos heróis. É assim o caminho da glória! Vencendo, escrevestes a sentença do futuro: paz cheia de honra, vitória cheia de clemência, heroísmo cheio de abnegação e constância [...]. Bendita a paz! Ela rasga o crepe do passado enxugando as lágrimas de uma multidão