O Governo Castelo Branco

as incursões comunistas. b) Finanças. Dedicamo-nos à luta sem quartel contra a inflação. Já alcançamos controle da política fiscal, monetária, salarial e creditícia. c) Economia. No tocante à situação econômica, estabelecemos as bases para a retomada do desenvolvimento, agora em bases realísticas. Logramos estabelecer condições que permitam ressurgir o desenvolvimento sem inflação. Temos procurado destruir a ilusão de que se pode chegar ao desenvolvimento através da inflação ou nela baseados. d) Vida Pública. Restabelecemos a ordem e a segurança para todos os brasileiros, sem o que não poderíamos realizar os grandes sacrifícios impostos ao povo brasileiro. Estes são os objetivos que alcançamos."(6) Nota do Autor

Não era pouco. Contudo, Hendrix insistiu: "Pessoalmente, sente que foi alcançado considerável sucesso?" O Presidente estava certo disso: "Através de quase três anos de Governo - declarou - a nossa finalidade tem sido lograr o estabelecimento das melhores condições possíveis para a reimplantação no Brasil de um governo normal, o que acontecerá no dia 15 de março de 1967. Diria, portanto, que fomos bem sucedidos." O diálogo continuou: "Quando acredita que a Revolução brasileira terá concluído seu trabalho, havendo realizado o que propôs?" Nessa altura foi ainda mais forte a nota de otimismo do Presidente, que via o futuro cheio de confiança: "1970 será o grande ano do Brasil. As novas instituições políticas terão sido experimentadas, estarão em funcionamento, serão compreendidas e firmes... Os maus efeitos da inflação terão sido superados. Os grandes investimentos privados e públicos, nacionais e estrangeiros, estarão plenamente recompensados."

As perspectivas lisonjeiras não haviam, entretanto, outorgado a Castelo a popularidade. "Como se sente ao ver-se alvo de grandes críticas do povo, especialmente por causa das dificuldades econômicas?", indagou o jornalista. Para o Presidente, que reconhecera a impossibilidade de, concomitantemente, cortejar a popularidade e servir ao país, a resposta não era embaraçosa. Ele a deu sem subterfúgios: "Podem-se considerar duas origens para essas críticas: a) Há a crítica sistemática que vem dos inconformados, que foram 'desmontados' do Governo e que não mais podem servir-se dele para sua vantagem ou privilégio. b) A outra origem é a da crítica autêntica, cujas advertências e sugestões nos ajudam. Para os primeiros tenho paciência. Para os segundos tenho humildade e interesse."

No íntimo devia ter consciência de que dificilmente alguém teria cumprido melhor a missão que lhe coubera.

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