honradez, o devotamento à causa pública, atributos que tanto ornam e ostentam a sua personalidade inteiríssima."(8) Nota do Autor
O Presidente agradeceu no mesmo tom, acentuando que governara "compenetrado de bem respeitar as decisões deste Tribunal." Ao que acrescentara: "Procuramos neste Governo, dentro de um legítimo e indeclinável processo revolucionário, trazer para o Brasil uma série de leis que podem ter a característica de revolucionárias, mas que, no fundo, pelo menos, procuravam imprimir ao Brasil um passo à frente, uma modernização nas suas instituições e na prática do regime."
Na ocasião, ele lembrara o que lhe dissera um jurista em momento de crise: "Não é possível haver juízes revolucionários; o que é possível é haver leis revolucionárias." E ele cuidara de fazer tais leis, para que os juízes as aplicassem.
Mas, a última prestação de contas ao país (talvez para a História), Castelo a fez em reunião do Ministério, na véspera de deixar o Governo. O discurso, em linhas gerais, seria não só a súmula da herança recebida e do que se realizara, mas também o agradecimento aos colaboradores. O Presidente sobre ele parece haver longamente meditado. Era a derradeira oportunidade de falar à Nação. Pela orientação que tomara poder-se-ia chamar o "discurso dos impasses". Realmente, para fixar o quadro que defrontara ao assumir o poder, o Presidente enunciou uma série de obstáculos que davam a medida das dificuldades encontradas.
Aliás, o discurso já fora concluído, quando o Presidente se lembrou de mais dois tropeços - o militar e o estudantil - e fez-me chegar esta nota, para que os incluísse: "Talvez seja conveniente - dizia - caracterizar um outro impasse. Encontrei um impasse militar em que, com a autoridade e a disciplina abatidas, as instituições armadas se desagregavam, imperando até mesmo o motim. E não demorou a recuperação das Forças Armadas, cada uma com seus próprios elementos, e as três ganhando progressivamente condições para resolverem problemas comuns e para a sua integração profissional."
Era o velho sonho de integração das Forças Armadas, a saber, do Ministério da Defesa, que, embora não incluída na reforma administrativa, nem por isso deixara de acalentar. A nota continuava: "Penso que aí está a substância, talvez a melhorar com corrigendas."
Lembrando a crise estudantil, Castelo fez esta observação: "Conviria caracterizar o impasse estudantil? Aquele que crescia com a procurada desmoralização de professores e a corrupção de universitários. Desmascarou-se a tutela do dinheiro e as agências de subversão. E hoje está vitalizado o ensino, recuperado (?) o prestígio das direções