absorvidas na ação policial, sem, haver, creio eu, necessidade para arredá-las totalmente de sua vida normal. A dispersão de meios e a vulgarização solapam a nossa eficiência e coesão, imperativamente necessárias nas situações de comoção intestina.

Por outro lado, tutelando policialmente o país, mais sofreremos o vexame, perante a Nação, dos qualificativos rudes de 'gorilas', 'reacionários', 'golpistas' e 'patetas'.

Eu não exorbito em dar a V. Ex.ª o meu parecer. Sou o Chefe do Estado-Maior do Exército e membro do Alto Comando, e, no desempenho de tais funções, devo colaborar lealmente, com franqueza e respeito.

Os membros do Alto Comando não foram ouvidos. Resta-nos, portanto, o uso legítimo desta faculdade. Senão, ficaremos apenas para os atos formais, consequentes dos fatos consumados e alguns realizados sob a forma de aparentes manifestações prestigiosas."(7) Nota do Autor

Uma carta pessoal, nota de afeto em meio da correspondência oficial, acompanhou o documento. A carta: "Meu caro Jair. Eu lhe peço dois obséquios, um o de ver na carta anexa a colaboração de quem, servindo ao Exército, está também procurando servir a você, e o outro de que a escrevi possuído do alto apreço que devo à pessoa do ministro e a um amigo de 45 anos. Quanto mais graves forem as situações, mais leais e francas devem ser as atitudes dos subordinados. E eu tenho a honra e o prazer de ser um dos seus subordinados. Escrevi a referida carta ontem à noite, depois que cheguei do EME. Por motivo de sua difícil datilografia em dia de repouso, somente hoje você vai recebê-la. Aceite um abraço amigo de seu velho camarada H. Castelo Branco."(8) Nota do Autor

A resposta veio no dia 8. Inicialmente, era afetuosa: "Meu caro Castelo. Recebi suas duas cartas: uma datilografada e outra manuscrita; ambas muito me desvanecem, porque evocam nossos sagrados deveres militares e uma amizade de 45 anos. Homem simples do Nordeste, dou pouco valor a expressões lisonjeiras, porém, é muito cara para mim a cooperação franca e leal de um chefe militar de sua experiência e brilho. Outro procedimento eu não poderia esperar de um soldado de suas peregrinas virtudes e cuja velha amizade muito me honra." E, acentuando caber ao ministro da Guerra, "membro de um Ministério Político", a prerrogativa de fixar a política do Exército em face da conjuntura nacional, declarava facultativa a audiência do Alto Comando, e terminava em tom categórico: