sentados na borda da lancha, as ondas arrebentando no seu costado salpicando-me d'água até os olhos, a baleeira caindo com estrondo nas curvas do mar — noite escura — verdadeira imprudência que Deus me perdoará de ter cometido. Cheguei às oito e três quartos da noite.
19 — Novembro
Fundeou junto à Fortaleza da Ponte Grossa a uma hora da tarde o primeiro corsário Sul-Americano que entrou neste porto — o brigue barca com três peças — "Luscaloosa" — Capitão John Long. O Ajudante foi à bordo e intimou-lhe que devia vir fundear debaixo das baterias da Fortaleza. Oficiou-se às cinco e meia ao Presidente pedindo instruções.
O Presidente chegou à meia-noite. Fui à bordo e sabendo do ocorrido resolveu ele não partir antes de se ter entendido com o Capitão Long. Estava de volta a uma da noite.
20 — Novembro
O Ajudante foi às seis horas da manhã receber as ordens do Presidente. O Presidente veio às oito à Fortaleza, almoçou, e partiu às dez para a Cidade para prevenir um conflito provável do Cônsul Americano com o capitão Long. Deixou ordem para se cortarem as comunicações com a terra ao corsário.
À uma hora e meia veio à Fortaleza um piloto pedir para ir à terra comprar chá, açúcar e café pois nada tinham a bordo. Dele soube chamar-se o navio primitivamente "Johns Adams", ser de Charleston, ter sido armado no cabo da Boa Esperança pelo Alabama e estar há quatro meses no mar.
Foi-lhes concedido o que pediam sendo, porém, acompanhado pelo Ajudante, no que concordaram.
Às três e meia voltou a "Maracanã". O Cônsul americano aliciou um marinheiro que desertou e confessou o que já nos tinha dito o piloto. Requereu ao Presidente que proibisse ao corsário de tomar gêneros alimentícios, pelo que esteve o Presidente apesar de já ter concedido ao capitão Long ir comprá-los à Cidade, e de ter este já as compras feitas, às quais o Presidente anulou a sua chegada à cidade.
O capitão voltou ao vapor maldizendo a sua triste sorte. Os oficiais de bordo lhe ofereceram jantar e o presentearam com chá, café, etc.
Ao chegar a bordo fez o capitão aos marinheiros, prestes a sublevar-se, um speech explicando-lhes a situação.
O corsário levantou ferro às cinco, e às seis horas estava já na altura do Arvoredo. O "Maracanã" voltou então à cidade.