Sou muito grato ao Engenheiro Charles Neate. Foi meu dedicado procurador na empresa do Caminho de Ferro Conde d'Eu na Paraíba do Norte. Obsequiou-me muito na passagem por Londres de 19 a 24 de Maio de 1873; mas foi na residência aí, de 25 de Setembro de 1882 a 9 de Fevereiro de 1883, que deu-me provas de fraternal amizade, facultando-me trabalhar no seu escritório de 4 Victoria Street, Westminster.
Cumpre recordar que são contemporâneas e constantemente entrelaçadas nossas amizades; porque foi o Engenheiro Neate quem apresentou-me, com os mais bem merecidos elogios, em Outubro de 1886 Nota do Revisor, o então praticante e estudante José Americo dos Santos, ao entregar-me a direção das Obras Hidráulicas da Alfândega do Rio de Janeiro.
Termino agradecendo mais uma vez ao Onipotente ter-me dado amigos bons, prestimosos e constantes como os ilustres engenheiros José Americo dos Santos e Charles Neate.
***
9 de Fevereiro de 1897.
Meu caro Andrezinho.
Meus pêsames, meus muito sentidos pêsames pelo doloroso passamento de sua prezada Avó. Meus pêsames também à sua Mãe, à sua Irmã e a toda a Família.
Comoveu-me muito a descrição da pertinaz moléstia, que Você sofreu por impaludismo adquirido nos trabalhos de Engenharia no Espírito Santo. Peço a Deus que lhe restitua completamente a saúde e o bem-estar.
Quanto ao tópico de sua carta relativo ao saldo de cerca de 200$000 na casa Leuzinger, cumpre verificar se foi paga a impressão do folheto Orfelinato Gonçalves d'Araujo. Se esse saldo já atendeu a este débito. Você o entregará ao British Bank of South America, Limited, para creditar na minha conta corrente, infelizmente em grande débito pelas tristes circunstâncias financeiras dos últimos anos.
Será bom verificar se a edição do Guia para os Alunos está esgotada e se convém fazer segunda edição. Nesse caso enviar-lhe-ei os acrescimentos e correções que tinha preparado.
Minhas saudosas recordações ao amigo Henrique Leuzinger e a toda a Família; de todos eles guardo as mais afetuosas recordações.
***
