com os meus recursos quase esgotados e com a saúde em mau estado. Nestas circunstâncias seria egoísmo de minha parte ir sobrecarregar a Família com os meus padecimentos físicos e morais.
O nosso caro sobrinho André Verissimo nas suas últimas cartas tem também abundado em planos e projetos para a nossa vida em família. É exatamente pelo muito amor, que lhes tenho, que não volto à minha cara Pátria. Morreria de remorso se minha residência com Vocês fosse motivo para prejudicá-los com alguma vingança jacobina.
São muito especiais as minhas circunstâncias; é impossível descrevê-las todas; são casos de consciência que só podem ser presentes a Deus.
A carta seguinte melhor dirá como tais notícias ecoaram entre aqueles que guardavam afeto pelo exilado voluntário.
6 — Dezembro — 1897.
Meu prezado amigo Conrado Jacob Niemeyer.
Não tenho palavras para agradecer as extraordinárias provas de amizade e dedicação contidas na sua estimada carta de 9 de Novembro. Está gravado no meu coração o generoso ato da Diretoria e do Conselho Fiscal da Empresa, a que pertencem as Docas de Dom Pedro II, concedendo-me a mensalidade de 200$000 como sinal de muito apreço, distinção e reconhecimento por ter eu construído estas obras e enviando-me logo a primeira via da letra de 38$830 fortes.
Excede os limites da generosidade o projeto de inaugurar o meu retrato na sala do escritório das Docas com solenidade tendo por orador o nosso grande amigo Joaquim Nabuco.
São inúmeras as provas de afeto e estima, que me tem dado o ilustre Dr. Paulo de Frontin, meu colega da Escola Politécnica e hoje Diretor da empresa que tão admiravelmente veio em meu auxílio; estou desde muito habituado a tributar-lhe gratidão.
A Taunay escreve com a habitual expansão.
7 de Dezembro de 1897.
Meu querido Taunay.
Agradecido! Infinitamente agradecido! Não é possível levar mais longe a amizade e a dedicação. Mil graças, meu bom amigo.
Suas cartas de 27 de Outubro, de 4, 5 e 6 de Novembro são documentos admiráveis da sua bondade e prestimosa devotação. Em 4 de Novembro Você escreve: Confie cegamente em mim que avalio como devo o seu melindre e a delicadeza de seu espírito. O nosso caro Niemeyer diz que essa mensalidade não é favor "mas