Em 17 de Janeiro escreveu-me o meu bom Taunay ter estado no Jornal do Comercio com o amigo José Carlos Rodrigues, que muito fraternalmente fizera o oferecimento de minha colaboração. Sinto extremamente que a moléstia não me permita trabalhos de redação. Os sofrimentos vão se agravando, principalmente à noite, de modo que amanheço exausto e sem forças para produção intelectual. Explique tudo isso ao amigo José Carlos Rodrigues, repetindo as mais sinceras expressões do meu reconhecimento.
O meu irmão José Rebouças, o sobrinho André Verissimo e toda a Família, agora residente em São Paulo, têm sido muito extremosos nesta dolorosa crise e multiplicado pedidos para minha volta. Por fatalidade, além de mil outras circunstâncias, a moléstia impede-me viajar agora. E, depois, chegado ao Brasil, ia ser um motivo de desgosto(98) Nota do Prefaciador para os Amigos e para a Família.
Não há outra solução senão esperar melhoras com paciência e resignação.
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24 de Março de 1898.
Meu querido Taunay.
Sua afetuosa carta n.° 285 de 19 de Fevereiro trouxe a tristíssima descrição do horroroso atentado de que foi vítima o filho do nosso prezado amigo Niemeyer. Que barbárie! Que atrocidade infernal!
Escrevi-lhe logo e logo para transmitir-lhe os meus sentimentos;(99) Nota do Prefaciador apesar de saber que não há consolação possível para dores tantas e tão pungentes.
No meio de tanta aflição não se esqueceu de escrever-me enviando a quinta mensalidade. Admirável e prestimoso amigo... Deus o abençoe!