Estou certo que você, com o seu dedicado coração o terá acompanhado neste transe e feito quanto possível para minorar tamanho infortúnio.
Penalizou-me muito a narrativa de seus sofrimentos pela recrudescência da cruel moléstia que há tantos anos o martiriza. Vão também muito mal os meus padecimentos; não darei detalhes para não acumular com os seus.
Infelizmente está acima das nossas forças restaurar organismos já exaustos.
Não alongarei mais esta mísera carta; só vem à pena frases de dor e de lástima.
Um abraço, meu bom Taunay.
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24 de Abril de 1898.
Meu bom amigo Rangel da Costa.
Acabo de escrever um bilhete ao seu Ex.º amigo Major Norberto Jaime Teles agradecendo a visita que me fez a seu pedido e que não pude receber por estar sofrendo muito nessa ocasião. A moléstia tem-se agravado horrivelmente e é para não afligi-lo com tão triste notícia que tenho deixado sem resposta suas duas últimas prezadíssimas cartas.
Saudades muitas a todos os bons amigos. Despeitosos comprimentos a S. Exma. Snra. e a toda a Família. Mil abraços. Toda a minha gratidão.
Creia-me sempre
Melhor do que a curteza desta carta, de quem era correspondente exímio, diz do estado de André Rebouças a mudança da letra, que não é mais firme como sempre.
Diminui também; assinatura trêmula. Com efeito, diz a Taunay "vou de mal a pior. Cada dia novos fenômenos mórbidos que me deixam inteiramente aniquilados". — "A proposta do amigo José Carlos Rodrigues para ir viver em Londres"(100) Nota do Prefaciador "não é também realizável; a moléstia acha-se muito avançada para permitir-me tal viagem".