Gaúchos e beduínos

A origem étnica e a formação social do Rio Grande do Sul

"Ele é o mastro deste rígido estandarte: seu albornoz ao vento.

Alerta!

Vemos ao longe uma nódoa sobre o ouro das areias movediças..."

Há no seu caráter — informa Mr. Sedillot — e em seus costumes, impulsos generosos, compassivos e caritativos que em vão se procura encontrar entre outros homens da terra. Os árabes espanhóis possuíam um exagerado sentimento de dignidade humana que os distinguia dentro da Europa e que os levou, por abuso, à funesta mania dos duelos.

Os árabes ensinaram ou procuraram ensinar aos cristãos da península a mais preciosa das qualidades morais: a tolerância.

Buckhardt que os conheceu de perto atesta que essa tolerância data de tempos imemoriais e que os árabes são tão zelosos de sua liberdade que jamais consentiram numa tirania em matéria de crença.

Martahd, Rei de Yemen, no século IV, proclamava: "Reino sobre os corpos e não sobre as opiniões. Exijo de meus súbditos que obedeçam ao meu governo. Quanto às suas doutrinas, que os julgue Deus que os criou." A essa tolerância acrescentaram costumes muito cavalheirescos, pois aquelas leis de Cavalaria que consistem em respeitar ao débil, em ser magnânimo com o vencido e cumprir religiosamente a palavra empenhada, foram introduzidas na Europa pelos árabes espanhóis. Entre as exigências da Cavalaria Moura, em seu código fundamental, estavam a bondade, o valor e a afabilidade, o talento poético, a eloquência, a força,

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