Os holandeses no Brasil: notícia histórica dos Países-Baixos e do Brasil no século XVII

O Géldria, acima mencionado, não se encontra na lista dada por Laet, à p. 7, mas parece estar compreendido no total de unidades e na narrativa do ataque a São Salvador; faz-se mesmo menção desse navio à página 13 do seu livro.

(13) - O bispo do Brasil, assim chamado por ser o único existente então na colônia, é denominado, por engano, por quase todos os historiadores, arcebispo.

(14) - Lemos no Istoria delle guerre del Regno del Brasile, do Padre Santa Teresa, que, nessa época, só existiam em São Salvador 80 homens de tropas regulares e dois mil voluntários, estimativa adotada por Fernando Dénis em seu Resumo de História do Brasil (Resumé de l'Histoire du Brésil). Esses voluntários teriam desertado antes mesmo da chegada dos holandeses. É provavelmente falso esse episódio e decerto visou diminuir a glória dos vencedores. Louvamo-nos nos dados oferecidos por Laet, a nosso ver mais verossímeis, tanto mais quanto um relatório oficial dos Diretores da Companhia, dirigido em 1.º de novembro de 1624 aos Estados-Gerais (e que se encontra nos Arquivos do Reino), as forças do inimigo, por ocasião do ataque, eram avaliadas em 1626 homens ao todo. Southey também confirma asse total.

(15) - Para se ter minudências desse feito d'armas convém ver Van Kampen, Nederl. buit. Europa - I, pags. 300 a 303, Leeven en Daaden der duorluchtigste zeehelden, pags. 482 e seguintes; De Laet - pags. 12-17; Engelberts Gerrits - I, pags. 264-270; Raynal - livro IX; Wagenaar - XI; Nederlandsche reizen - XIV, pags. 1-8 e Southey - pags. 479-486. Nessas obras colhemos de preferência os pormenores que estão de perfeito acordo com o relatório oficial a respeito desse feito militar dirigido aos Estados-Gerais pelos diretores Koenraats e Jacobson, membros da Assembleia dos XIX. (Arquivos do Reino - Maço Índias Ocidentais - 1623-1629).

Causará talvez estranheza que esses mesmos portugueses, tão decididos, mais tarde, em nos combater no Brasil, houvessem se submetido tão rapidamente aos holandeses em 1624. Talvez explique esse contraste de atitudes a circunstância de detestarem de tal modo os portugueses o despotismo espanhol que preferiam, naquela época, ao domínio holandês. Readquirida depois a independência (1641), e sendo outra a situação de Portugal, defenderam com maior calor e bravura a sua terra.

(16) - Em cada navio existia um corneteiro que, por ocasião das manobras e dos combates, permanecia ao lado do comandante para transmitir-lhe as ordens. Parece que nessa época se dava grande importância a asse posto, porque vimos no Gesch. Nederl.

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