Os holandeses no Brasil: notícia histórica dos Países-Baixos e do Brasil no século XVII

o título de General, o qual tinha sob suas ordens um almirante e um vice-dito. Em cada frota da Companhia, por menor que fosse, um dos comandantes de navios usava o título de "Comendador" ou Almirante, e um outro o de Vice-Almirante. Esses postos concedidos pela Companhia, com aprovação dos Estados-Gerais, eram de todo independentes das patentes conferidas por atos do governo aos oficiais a serviço do Almirantado do Estado. Veremos, para exemplo, no desenrolar desta narrativa, que Piet Heyn, distinguido várias vezes pela Companhia com o título de General e de Almirante, foi nomeado em 1628, Tenente-Almirante a serviço do Estado.

(20) - O texto holandês é este: "omdat deselve selden om reedt om de wercken te besichtigen, ofte andere sacoken daar ten hoogsten aan gheleghen was te versorghen; endel als hy 't sere somtyds lede, soo gaf de soldaten kleynen ,moedt, haar met quade woorden ande vloecken scheldende, daer door den ghestadighen arbeydt ghenoegh beswaert waren, hy ging, liever in de hoeren-huysen ende bleef op't hof sitten swelghende en suypendc" - De Laet - p. 51.

(21) - Consoante afirma De Laet, Kyff, até então geralmente estimado, começou, desde que foi governador, a desagradar. Os autores estrangeiros lhe fazem grandes elogios, atribuem-lhe a direção do ataque no qual pereceu Osório, e explicam sua rápida capitulação como consequência de súbito levante das suas tropas. A opinião de De Laet, a meu ver, merece mais crédito, porquanto ele não iria publicar uma informação errônea, com descrédito para seu nome, máxime numa época tão próxima ainda do episódio a que se referia e quando provavelmente Kyff ainda era vivo. (1644).

(22) - Essa condição de dar plena liberdade a todos os holandeses parece não ter sido fielmente respeitada. Em 1626, quando os espanhóis enviaram, de Dunquerque, uma esquadra contra os piratas, havia a bordo do capitânia, entre outros estrangeiros, nove marinheiros holandeses, feitos prisioneiros no ano anterior, em São Salvador, os quais se viram obrigados a prestar serviços à Espanha. Numa noite eles mataram a sentinela da ponte de comando, bem assim o capitão, e, com o auxílio dos outros marinheiros estrangeiros, que se achavam a bordo, aprisionaram todos os espanhóis e os conduziram a Texel no próprio navio. Essa embarcação era de 200 toneladas e possuía quatro canhões de bronze e 30 de ferro. De Texel, eles se dirigiram, com o seu fardamento espanhol, a Haia, onde se apresentaram ao Stadhouter e receberam ele presente o navio de que se haviam apoderado, como prêmio ao seu valoroso ato. (Ver Leeven Daaden, p. 183).

(23) - Lemos esse importante fato em Southey e em Beauchamp. Mas, com grande pesar nosso, eles acrescentam terem sido

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