Os holandeses no Brasil: notícia histórica dos Países-Baixos e do Brasil no século XVII

abandonados à sua sorte e punidos com a morte os israelitas e índios que haviam confiado nas proclamações da Holanda.

(24) - Permitia-se a franca navegação da maior parte desses navios negreiros ou, de outras vezes, desembarcavam num ponto qualquer os negros, apresando-se as embarcações. Como, nessa época, ainda não possuíamos nenhuma colônia no continente americano asses negros não tinham para nós utilidade.

(25) - Quase sempre era da Câmara da Zeelândia que emanavam os projetos de estabelecimento pacífico de colônias no Novo Mundo. Em 1630 já os armadores dessa província haviam fundado pequenas feitorias às margens do Amazonas; a ales se devem, portanto, os primeiros núcleos de europeus formados no litoral da Guiana.

(26) - De Laet - p. 112 e Hartsinck. - p. 210 do volume I, relatam esse episódio da mesma maneira e acrescentam que a fundação dessa pequena colônia pelo capitão Oudaen deveria ter se efetuado muito tempo antes, porque um dos três holandeses, que ainda existiam, esquecera sua língua materna. Era até provável terem eles feito parte do grupo que em 1660 fundara os dois fortes de Orange e Nassau. Presumimos que apenas um desses fortes fora destruído em 1616 pelos portugueses comandados por Pedro Teixeira (Vide nota 8), enquanto a outra fortificação do comando de Oudaen, somente em 1625 desapareceu.

(27) - Equivoca-se Van Kampen quando diz no Ned. buiten Europa, 1 volume, p. 318, haver Dirk Simonszoon van Uitgeest se apoderado desses dois navios. Esse almirante, como já se viu atrás, estava separado das outras unidades da esquadra e se encontrava em julho (mês em que aqueles dois navios foram aprisionados, nas vizinhanças de Cuba, por Lucifer, Gyszoon e Piterszoon) na costa do Brasil com os iates Otter, Eenhoorn e Windhond. Ali ele se apoderou de sete barcos inimigos e só voltou à Europa em setembro. (De Laet - p. 121 comparada com os Leeven en Daaden der doorluchtigste Zeehelden pags. 188-190).

(28) - Lemos em Leeven en Daaden, etc., p. 191: "Então, os holandeses redobraram de coragem e voltaram à abordagem com frenética temeridade". (Alstoen vernieuweden de Hollanders hun moed en met hum moed den denval en weerden sich in een rasenij als stoutheijdt uijtgelaeten").

Ainda se lê na mesma obra, na de Van Kampen, e em outras, que por ocasião do ataque ao vice-capitânia espanhol se manifestou um incêndio a bordo. Tentando os marinheiros abandonar o barco, conteve-os o almirante, de espada em punho, inutilizou os escaleres e forçou os seus homens a extinguir o fogo ou a morrer queimados:

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