É claro que eles preferiram a primeira condição. De Laet não cita esse episódio.
(29) - Na obra, muito rara, de M. de Jonge - Geschied. Nederl. Zeewezen, à p. 492, 1.º volume, pode-se ler que, consoante algumas versões, a glória desse aprisionamento recai sobre um certo capitão chamado Nicolaas Juinbol, mas, na ocasião em que o capitânia espanhol estava prestes a se render Piet Heyn ordenou cedesse-lhe o lugar.
Todavia esse escritor não dá a esse fato importância superior a de uma versão que corria a respeito, a qual não nos parece verossímil, de vez que nenhum outro historiador a ela se refere. Laet, pelo menos, contemporâneo desses homens e um dos diretores da Companhia, deveria ter tido conhecimento desse episódio, e, no entanto, nem sequer inclui o nome desse Juinbol na relação publicada às pags. 137 e 138 de todos os comandantes de navios dessa expedição.
(30)- Piet Heyn nasceu no ano de 1578 em Delfshaven (cidadezinha próxima a Roterdã) sendo seus pais de origem modesta. Por duas vezes esteve prisioneiro dos espanhóis, votando-lhes implacável ódio. De grumete ele ascendeu ao mais alto cargo do Estado depois do de Stadhouder, o que prova quanto na República das Províncias Unidas se sabia prezar e recompensar o legítimo mérito, elevando-se um homem saído das camadas populares a funções anteriormente apenas exercidas por um dos membros da família do ilustre Stadhouder Frederico Henrique.
Não andou com a verdade De Beauchamp ao afirmar (tomo II, p. 70) que Heyn era pouco respeitado pelos seus subordinados. Dava-se o contrário: nenhum outro oficial de marinha soube melhor exercer a disciplina tão rigorosamente e nenhum outra pessoa se vira revestido de um poder tão ilimitado no cargo de tenente-almirante da Holanda. (Veja-se, principalmente, a esse respeito, De Jonge - 1, p. 355, e um tópico do seu epitáfio onde fora escrito: "Disciplinae navalis tenax non sine severitate; ut obsequi primum omnis patiens, sic imperii post modum omnis capax".
Bem cedo, infelizmente, foi Pieter Heyn roubado à pátria!
A posteridade, entretanto, mantém o culto do seu nome em reconhecimento aos seus notáveis feitos. Na Holanda ele é venerado como os de Michiel Adriaenszoon de Ruyter e o de Marten Harpertszoon Tromp.
(31) - O verdadeiro nome desse distinto oficial era Weerdenburch, como se vê no fac-símile de sua assinatura. Ficou mais conhecido por Waardenburg ou Waerdenburch; este último nome se tornou tão popular que resolvemos adotá-lo também neste trabalho, mesmo porque sua assinatura pode se prestar a dúvidas.