1654. Era um perfeito soldado, embora levasse aos extremos da crueldade o seu sentido da disciplina.
(45) - Aqui também aparece pela primeira vez Artichofsky que se tornou, mais tarde, famoso no Brasil, investido de um comando autônomo. Era um gentil-homem polaco que fugira da pátria por perseguições aos seus princípios socinianos e anti-jesuíticos. Procurou asilo na Holanda e ali se alistou no exército. Geralmente conhecido por Artichofsky, seu verdadeiro nome foi Grestofle d'Arlischau Arciszewsky. Encontramos sua assinatura nos Arquivos do Reino e daremos um fac-símile. Era homem de talento e de erudição.
(46) - O encontro dessas duas frotas é dado em Van Kampen - I, p. 394, como se tendo verificado a 5 de maio; há, porém, engano porque nesse dia a frota inimiga deixara o porto de Lisboa.
(47) - Lê-se em Beauchamp - II, p. 373: "Então, o capitão espanhol, Juan Cartalho, expondo-se a uma morte certa, saltou para bordo do capitânia holandês, conseguiu passar um cabo em redor do mastro de mesena e impediu assim o afastamento dos dois navios. Custou-lhe a vida esse gesto heroico". Posto que nos seja agradável pôr em destaque e elogiar os rasgos de bravura, até quando praticados pelos nossos adversários, essa descrição nos parece um tanto exagerada. O destemido Pater para combater não necessitava que detivessem seu navio, e se ele quisesse se libertar do barco inimigo não seria esse cabo um intransponível obstáculo.
(48) - Causa-nos o maior espanto não haver nenhum dos nossos historiadores feito referência a um gesto atribuído a Pater por quase todos os autores estrangeiros, quer antigos, quer modernos. Lemos em Southey, De Beauchamp, Ferdinand Dénis, Andrew Grent, Padre Santa Teresa e outros: "O almirante Pater, desdenhando salvar sua vida, envolveu-se no pavilhão do seu país e atirou-se ao mar, dizendo aos oficiais que o queriam deter: O oceano é o único túmulo digno de um almirante batavo". Embora a versão colhida em De Laet e Van Kampen nos pareça mais verossímil, não nos furtamos a aludir também àquela outra, que comprova o apreço dos nossos inimigos à nossa bravura, atribuindo um ato dessa natureza a um dos nossos almirantes. Notemos, de passagem, que esse almirante cujo verdadeiro nome era Adriaan Janszoon Pater, ficou conhecido geralmente pelos portugueses e por autores estrangeiros como o almirante Pedrid.
(49) - Erroneamente afirma Southey, e louvando-se nele De Beauchamp, que Lichthardt comandou essa expedição. Em 1631 esse herói não se achava no Brasil e sim na Holanda. Nesse ano ele recebera até, em sua pátria, um prêmio da Companhia das Índias Ocidentais: uma corrente e medalhão de ouro como