recompensa da intrepidez com que agira em dezembro de 1630. Numa travessia de Pernambuco para os Países Baixos ele foi atacado, na altura do cabo Lezard, Inglaterra, por 5 grandes navios dunquerquianos. O barco em que ia Jan Corneliszoon Lichithardt não passava de um Mate, l'Overjssel, e, não obstante essa desigualdade de forças, sustentou um combate dos mais encarniçados durante oito horas, tendo por fim conseguido alcançar as costas inglesas para reparar as avarias sofridas na luta. Perdera mais da metade da equipagem; o iate recebera 417 balas no casco, sendo 17 na linha d'água. (Ver De Laet - p. 221). Todos os historiadores lhe chamam Lichthardt e assim lhe chamamos também na maior parte desta obra, só alterando essa grafia depois de encontrarmos o fac-símile de sua assinatura reproduzida no final deste trabalho. (Ver as notas 77 e 93).
(50)- A narrativa que demos da tomada e saque de Iguarassú foi recolhida de De Laet, Aitzema, Montanus e Van Kampel. Southey e outros historiadores estrangeiros pretendem haver os nossos soldados cometido nessa ocasião as mais bárbaras ações.
(51) - Ver De Laet, Aitzema e Montanus para compará- los a Southey e de Beauchamp. Nestes dois últimos autores o total das tropas holandesas, nesse primeiro ataque ao Arraial, é muito exagerado. Afirmam ter sido o assalto feito por três mil holandeses quando o efetivo total das nossas tropas em Pernambuco estava longe de atingir a esse número.
(52) - Deve-se certamente a um erro tipográfico na obra de Van Kampen (Vol. 1, p. 399) ler-se nela que essa expedição fora feita sob o comando de Mathias van Houten, porque nunca oficial superior ou funcionário civil com esse nome esteve ao serviço da Companhia das Índias Ocidentais. De Laet e todos os outros historiadores aludem a Mathijs van Ceulen.
(53) - Numa carta enviada por Schkoppe aos Estados-Gerais, em 1634, (Arquivos do Reino, Maço Ind. Occ., 1630-1634) queixa-se ele bastante da falta de víveres, munições, sobretudo fuzis. É de lamentar que nessa época de prosperidade, a Companhia, não houvesse atendido às mais prementes necessidades dos seus servidores no Brasil. Teria sido causa dessa negligência a falta de ordem e de unidade de vistas da sua administração, na Holanda, porquanto verificamos nos Arquivos da Companhia, em Amsterdã, terem, várias vezes os Diretores aprovado unanimemente a remessa de socorros em tropas e mantimentos, o que, porém, não se realizou.
(54) - Mais tarde o Conde João Maurício de Nassau trocou o nome de Cabedêlo pelo de Margarida, nome de sua irmã mais querida, casada com o Conde Van Limburg Stirum.