(55) - Para melhores detalhes da conquista da Paraíba e dos dois fortes, veja-se De Laet - pags. 450-453; Southey - 1, pags. 569-575; De Beauchamp - II, p. 447; Padre Santa Teresa - I; p. 150, etc., etc.
A permissão para que 50 dos prisioneiros feitos no forte de Cabedelo, fossem para o interior foi estendida, posteriormente, a mais cem outros. A 3 de janeiro de 1635 os restantes prisioneiros, em número de 350, foram transportados em dois navios para a ilha de São Vicente, nas Antilhas espanholas (De Laet). Todos os historiadores estrangeiros, exceto Southey, estimam as tropas holandesas que tomaram parte nessa expedição em cinco mil homens, quando não atingiam senão a 2.400.
(56) - As principais particularidades acerca da tomada do Arraial foram extraídas da cópia manuscrita de um relatório enviado por Artichofsky, em 16 de junho de 1636, à Assembleia dos XIX, documento esse guardado na Biblioteca Real de Haia. (De Laet publica a cópia na íntegra). Para dar uma melhor idéia do que fosse o Arraial, aos seus leitores da Holanda, ele o compara em tamanho ao forte de St. Andries, situado às margens dos rios Meuse e Wahal, na província de Gueldre, dos Países Baixos.
(57) - Quando Southey se refere às atrocidades, ao seu ver, cometidas pelos holandeses, para extorquir esse resgate, esquece a moderação e o critério tão habituais na sua pena. Ele diz: "and it is by such means that they have rendered their history as infamous and their names as detestables, in the East and in the West, as in their own country their deeds have been glorius..." . (E foi com semelhante procedimento que nas Índias Orientais e Ocidentais sua história e seu nome se tornaram tão infames e detestados quanto na sua própria pátria suas ações constituem glórias). Vê-se aí a linguagem usada pelo inglês animado de despeito e de difamação para com os holandeses, ao se ocupar dos seus triunfos nas colônias. Essa tendência de espírito tão injusta, mas, infelizmente, tão comum entre os ingleses que, de ordinário, gostam tanto da equidade, se manifesta ainda hoje. Ultimamente uma de suas revistas mais conceituadas na Europa, a Edimburgh Quarterly Review, acolheu nas suas colunas um artigo eivado de fel e de inverdades, por título Dutch diplomacy and Indian Piracy. Esse trabalho está impregnado de hostilidades tais que, pelo seu próprio exagero, perde o valor aos olhos dos leitores imparciais, não merecendo reputação. Todavia ela não tardará a aparecer. De nenhum modo cabe aos ingleses o direito de fazer semelhantes comentários. Do ponto de vista puramente moral a colonização à mão armada constitui sempre uma iniqüidade, uma violação dos direitos do homem; mas se pusermos em paralelo os meios utilizados pelos ingleses para se apoderarem