se estudar! Muita gente ignora como se formou o carvão dentro da terra, de que natureza são o granito, o mármore, as pedras de amolar etc. Reparem, no entanto, ali, as camadas geológicas e logo todos ficarão mestres. Feitas ainda umas visitas, tomei o trem de Londres para Southampton. Nesta cidade, tive logo contato, num hotel, com várias pessoas que partiriam comigo no dia seguinte; aludiam a uma bonita italiana, nossa futura companheira de viagem. Como não estivesse disposto a conversar, fui dar uma volta pela localidade, apesar do mau tempo reinante. No outro dia, 9 de agosto, pequena embarcação nos levou à que deveria ser nosso mundo durante um mês.
Dessa vez a Alfândega não se mostrou tão cordata como no Tâmisa: fizeram-me pagar por ocasião do embarque duas libras por excesso de bagagem. Partimos afinal. Eu ocupava o camarote n.° 21, a bombordo, tendo como companheiro um digno professor chamado Trinach, que voltava ao Brasil, onde já passara alguns anos. Decorreram os dois ou três primeiros dias numa espécie de ambientação: íamos fazendo relações e formando grupos nas horas de refeições. Franceses reunidos, ingleses para outro lado, portugueses e brasileiros para outro. Escolhiam-se os companheiros de convivência na longa viagem.
Espalharam, logo que entramos no "Tyne", achar-se a bordo um príncipe alemão; ia se casar em Lisboa com uma princesa portuguesa. Nada, porém, indicava a presença dessa real personagem a bordo. As mais burlescas conjeturas vieram agravar esse mistério. Um príncipe devia possuir seus preconceitos e não se misturaria com a gente vulgar e, por isso, todas as desconfianças se voltaram para um passageiro com cara de poucos amigos e que não falara até então com ninguém. De minha parte não fiz suposições a respeito, pois me repugnava admitir fosse esse ridículo indivíduo o herói das hipóteses de todos os outros viajantes. E, por fim, o tal príncipe não passava