das duas mulheres, pois, terminado o jantar, saiu sozinho com a mais moça delas. A bordo, de binóculo em punho, o comissário esperava a volta da italiana, mas quem ali voltou, e para retirar as bagagens, foi a velha. Os ares da Bahia lhe haviam sido aconselhados como saudáveis... De certo, nesse momento, o comissário se lembrou da conhecida história de Ariana abandonada.
Três dias decorridos mais entrávamos na magnífica baía do Rio de Janeiro. Um negociante francês, com quem me dera na viagem, mostrava-me, com entusiasmo, os vários pontos que íamos descortinando. Eu não podia, no entanto, corresponder intimamente à alegria por ele demonstrada, pois, imbuído de minhas tristezas, julgava as coisas de modo diferente. Meu companheiro era casado com uma linda mulher e ia revê-la dali a pouco; ambos gozariam os proventos das economias realizadas juntas com muito trabalho. Eu, ao contrário, deixara família na Europa e não podia esquecê-la, nem à força de uma ocupação habitual, nem diante dessas maravilhas, desse desconhecido que viera procurar. "Olhe ali Botafogo", dizia-me ele; "o hospital fica ao fundo, deste lado; aquela colina à beira-mar, povoada de casinhas cercadas de árvores, é a Glória; perto, onde você vê aquelas habitações brancas e róseas, é o Catete, o bairro Saint Germain do Rio; a outra colina, onde existe um aqueduto, chama-se Santa Teresa, recanto muito aprazível. Vá morar lá; não há febre amarela. No alto daquele rochedo fica o Castelo. Não está vendo os sinais? Todos os navios são ali anunciados desde que aparecem ao longe". Todos esses pormenores tinham para mim grande interesse, pois denotavam achar-me numa cidade que não se parecia com a Bahia. Sem querer fui me entusiasmando também; meu companheiro continuava a me mostrar tudo o que era visto, com minúcias, e com um carinho tal que se diria fossem todos esses aspectos de sua propriedade. Tudo era dele. O sol