tupi, me parece uma raça pura, porque seus caracteres são constantes.
Se algum dia se vier a confirmar a opinião da origem do homem pelas diversas regiões geográfico-geológicas do globo, é essa a família autóctone do
Brasil.
A outra família, mais poderosa e inteligente, a que eu chamarei abajú, me parece mestiça; não me refiro a um mestiçamento recente, depois do descobrimento da América, e sim ao que se deu em tempos pré-históricos, como já notei. Penso que ela é mestiça: primeiro, porque se aproxima mais da raça branca do que a abaúna; segundo, porque, ao passo que a cor da primeira é constante e invariável, esta apresenta nuanças mais ou menos carregadas, o que seria inexplicável a não ser pela primitiva fusão dos sangues, a qual, como se sabe, produz comumente o fenômeno de reproduzir, depois do intervalo de muitas gerações, os tipos dos progenitores, pela conhecida lei do atavismo. Destas diferenças de cor encontramos vestígios até na denominação das tribos, o que indica que o fenômeno foi notório aos próprios selvagens; sirvam de exemplo estas expressões: tupiuna e tupitinga, isto é: tupis pretos e tupis brancos, nomes que designavam tribos do vale do Amazonas.
O fenômeno da diferença de cor, que não pode encontrar explicação na ação dos meios, porque esta foi a mesma para todos eles, é documento de incontestável autenticidade para provar a mescla do sangue.
Os viajantes mais respeitáveis referem-nos que, no meio dos aborígines americanos, se encontram alguns quase brancos.
Entre os tupis conheço tipos muito aproximados do branco; há no Colégio Isabel um menino guajajara, de nome Vicente, que, a não ser uma leve obliquidade