nas arcadas superciliares, seria tomado por um branco puro. A tribo apareceu no Araguaia em meu tempo, vinda dos sertões onde era improvável um cruzamento recente; conheci os pais, índios legítimos e bastante escuros, se bem que tupis. Portanto, é esse um fato de atavismo bem caracterizado e que observei e pode ainda ser observado em todas as suas circunstâncias. Este fato é, aliás, comum entre os tupis.
Na raça abaúna, não só não se encontra isso, como mesmo não se notam nuanças no seu amarelo escuro tirando para a cor do chocolate. Em compensação, encontram-se numerosos indivíduos reproduzindo o cabelo ruivo, que se supõe ser um traço característico do homem primitivo; entre outros, citarei o capitão da Aldeia do Meio, nas Intaipavas do Araguaia, da tribo dos xambioás, e de nome Dereque.
Destes fatos resulta: se o atavismo reproduz os tipos de onde veio o cruzamento, segue-se que a raça abaju é mestiça, e, portanto, um ramo, e a raça abaúna é primitiva.
Aproxima-se esta da mongólica pela cor amarela, estrutura piramidal da cabeça, obliquidade das arcadas superciliares, saliência das órbitas e do malar, depressão da abobada frontal, identidade na cor dos cabelos e olhos, e na pouca densidade das velosidades.
Distingue-se pela cor, que é mais fechada, pela horizontalidade dos olhos, que não acompanha a obliquidade das sobrancelhas, como no mongol, e que neste último constitui traço característico; pelo ângulo do maxilar inferior quase reto; pela estrutura ampla e desenvolvida da caixa torácica, tão frágil e deprimida no mongol; pela grossura do calcâneo e largueza do tarso, que no mongol são ainda mais finos do que no branco; pela estatura elevada e solidamente musculada, a qual contrasta com as formas pequenas e fanadas