do mongol, sobretudo na musculação do tarso e na estrutura ampla e desenvolvida do tronco até a cabeça.
Possuo uma cabeça de uma estatueta de argila, encontrada pelo dr. Tocantins dentro de uma igaçaba dos antigos aterros de Marajó, na qual o primitivo estatuário, fazendo uma obra tosca e grosseira, reproduziu, todavia, com admirável fidelidade, os caracteres da raça que acabo de descrever; com efeito, na grosseira e rude obra, veem-se o plano piramidal da estrutura da cabeça, a obliquidade das sobrancelhas, a horizontalidade dos olhos, o reto do ângulo do maxilar inferior e até a bracocefalia. Esta rude obra é mais um documento que nos indica que os caracteres que assinalei eram de tal forma comuns, que foram notados pelos próprios selvagens.
II
Cruzamentos recentes
Os cruzamentos modernos tomaram diversas denominações, segundo os troncos progenitores. O índio e o branco produziram uma raça mestiça, excelente pela sua energia, coragem, sobriedade, espírito de iniciativa, constância e resignação em sofrer trabalhos e privações: é o mameluco, tão justamente célebre na história colonial da capitania de São Vicente. Infelizmente, estas boas qualidades morais são compensadas por um defeito quase constante: o da imprevidência ou indiferença pelo futuro. O mameluco, como o índio seu progenitor, não capitaliza, nada poupa. Para ele o mês seguinte é como se não existisse. Será falta de educação, ou falta de uma faculdade? É falta de